A Secretaria Municipal de Saúde e a Guarda Municipal do Rio se reunirão para definir os detalhes do evento-teste marcado para o dia 15, onde Flamengo e Grêmio se enfrentarão no Maracanã, pelas quartas de final da Copa do Brasil. Foi autorizada a presença de público de até 35% da capacidade do estádio, sendo que todos os torcedores devem apresentar testes negativos realizados em laboratório credenciado pelo clube, conforme as diretrizes municipais.

Essa informação foi confirmada pelo secretário municipal de saúde, Daniel Soranz, durante a apresentação semanal do boletim epidemiológico. Contudo, a liberação gerou um impasse na Confederação Brasileira de Futebol (CBF), que e os clubes da Série A expressaram a rejeição à retomada do Campeonato Brasileiro, alegando que os diferentes estágios da pandemia no país inviabilizariam uma competição justa entre os clubes.

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A Comissão Nacional de Médicos de Futebol, vinculada à CBF, ressalta que a possibilidade de haver público na partida de volta, enquanto na ida, em Porto Alegre, isso não foi possível, compromete o equilíbrio técnico da competição. A entidade tem trabalhado para prevenir que as equipes realizem jogos com público baseados em liminares judiciais e planeja solicitar a suspensão das rodadas que permitam tal situação.

O Flamengo, que não participou da reunião dos clubes da Série A, fundamenta sua posição em uma decisão do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), que permite a presença de público nas partidas do clube. Esta autorização foi emitida pelo presidente do tribunal, Otávio Noronha, no início de agosto.

No contexto municipal, as principais preocupações giram em torno do entorno do estádio. A prefeitura está analisando outros eventos em espaços abertos, dependendo dos resultados dos eventos-teste, como o duelo entre Flamengo e Grêmio. A presença de público será composta por pessoas com esquema vacinal completo contra a Covid-19 e que tenham sido testadas, aplicando um sistema denominado de dupla proteção. Soranz também destacou que essas pessoas serão monitoradas e um relatório sobre o evento será divulgado após 15 dias.

Sobre os receios expressos por pesquisadores e segmentos da população em relação à plena retomada das atividades econômicas em meio ao aumento da variante Delta, já predominante no estado e na capital, responsável por 63% das amostras sequenciadas nos últimos 15 dias, Soranz enfatizou a necessidade de retomar a rotina normal.

“Temos dois anos de restrições e precisamos entender o que se passa na sociedade. É imprescindível retomar. E faremos isso com medidas que buscam proteger ao máximo a população. Áreas livres de Covid-19 com testagens foram implementadas em várias partes do mundo durante a pandemia, e os resultados foram positivos em muitos locais”, afirmou Soranz.

Apesar do otimismo em relação à realização de eventos, o secretário ainda não tem certeza se conseguirá manter o calendário de vacinação do município. O próximo lote do Ministério da Saúde, que ainda não tem data definida para chegada, deve trazer 150 mil doses. O estoque atual garante o cronograma até sábado (11).